segunda-feira, 25 de abril de 2011

Plano de aula

Tema: Contos de fada.
Título: Leitura e reescrita de contos de fada.

Objetivos:
  • Ampliar os conhecimentos sobre a linguagem e recursos discursivos dos contos de fada;
  • Reescrever e interpretar contos considerando os conteúdos presente na história;
  • Identificar os valores éticos contidos nos contos;
  • Estimular o gosto pela leitura. 

Conteúdos:
  • Linguagem e características dos contos de fada;
  • Produção escrita e teatral;
  • Recursos linguísticos utilizado nos contos;
  • Trabalho em grupo.

Justificativa:
Os contos de fadas em diferentes culturas cria identidade entre os adolescentes e os imaginários de diferentes épocas e espaço. Além de ajudar esses adolescentes a lidarem com os impulsos contraditórios presente em sua psique, mostrando os vários valores éticos e morais ocultos nas entre linhas dos contos, levando-os a pensar e refletir. E leva também ao enriquecimento do vocabulário.

Estratégias:
  • Leitura de vários contos de fadas;
  • Exploração de elementos presentes nos contos;
  • Reescrita da história;
  • Apresentação em grupo.

Avaliação:
Avaliar os avanços dos alunos desde a escolha do conto, incluindo reescritas e produções coletivas e individuais.

Recursos didáticos: 
Computador, internet, cartazes, cenário, pesquisas.

Duração:
  • 6 aulas.

1ª aula

Pedir que a turma se dividam em grupos de 8 pessoas e que cada grupo escolha um dos contos de fadas existentes no site da aula virtual.Depois de escolhido que reescrevam com suas palavras o conto que leram.

2ª aula

Pedir que eles escrevam em uma folha as características desse conto, como lugar, época, recurso linguístico. Pedir que eles façam também um cartaz com os valores éticos e morais contidos nos contos. 

3ª aula

Pedir para eles que destaquem dos contos, palavras que não sejam comuns no seu dia-a-dia e consultem o dicionário virtual para descobrirem seus significados. E a seguir transcrevam em uma folha a parte.

4ª aula

Pedir que eles façam uma adaptação do conto escolhido e preparem uma produção teatral simples de acordo com a criatividade de cada um.

5ª aula

Apresentação de 3 grupos em sala de aula, cada grupo com sua produção teatral.

6ª aula

Apresentação dos 2 grupos restantes, exposição dos trabalhos anteriores e debate sobre todo o projeto.

    Contos de Fada

    Ali babá e os 40 ladrões

    Há muito, muito tempo, numa cidade lá para os lados do Oriente, vivia Ali Babá, que ganhava a vida comprando e vendendo coisas nas aldeias próximas à sua. Uma bela tarde, ao regressar a casa, viu uma longa caravana de quarenta homens carregados com grandes caixas, que as puseram no chão ao chegarem junto a uma rocha. Então, espantadíssimo, Ali Babá viu o chefe aproximar-se da parede rochosa e gritar:
    - Abre-te Sésamo!
    Como que por milagre abriu-se uma grande fenda na rocha e apareceu uma enorme gruta, no interior da qual os homens depositaram as caixas e saíram.
    - Fecha-te Sésamo!- gritou o chefe.
    A parede voltou a fechar-se e foram-se embora.
    Quando Ali Babá viu que os homens já iam longe, correu para a grande rocha e gritou:
    - Abre-te Sésamo!
    Entrou na gruta e viu, espantado, que ela albergava um precioso tesouro, proveniente dos roubos que os homens vinham praticando nas cidades da região. Então carregou o que pode num saco e voltou para casa.
    No dia seguinte, pedindo segredo, contou tudo ao seu irmão mais velho Kasim.
    Logo que a noite caiu Kasim, sem dizer nada a ninguém, colocou os arreios e alguns sacos nas mulas e dirigiu-se à gruta, sonhando durante todo o percurso que era muito, mas mesmo muito rico.
    Porém, quando tinha os sacos quase todos cheios, os ladrões regressaram para guardar mais coisas roubadas e, ao verem-no, pois não havia como esconder-se, condenaram-no a ficar fechado na gruta.
    Preocupado com o desaparecimento do irmão, e lembrando-se da conversa que tivera, Ali Babá decidiu ir procurá-lo à gruta. Logo que entrou viu-o atado de pés e mãos, jogado a um canto. Desamarrou-o e foram-se embora correndo, por entre juras de nunca mais ali voltarem. 
    Porém, quando os ladrões regressaram à gruta e viram que o prisioneiro se tinha evadido, logo pensaram numa maneira de o apanharem e a quem o ajudou.
    - Far-me-ei passar por mercador e irei bater de porta em porta em todas as cidades em redor. Porei um de vós em cada vasilha e encherei uma com azeite.- decidiu o chefe dos ladrões.
    E lá foram de cidade em cidade, consoante o plano que tinha forjado, até que chegou a casa de Kasim e o reconheceu. De imediato lhe pediu alojamento, ao que este anuiu, sem desconfiar de nada.
    Mas durante o jantar a criada Frahazada, ao passar junto das vasilhas, ouviu os ladrões a cochicharem:
    - Estejam preparados, aproxima-se o momento de os agarrarmos!
    Frahazada correu a contar a Ali Babá a estranha coisa que tinha ouvido. Resolveram então ferver um alguidar de azeite e despejá-lo em cada pote aonde se escondiam os malvados ladrões. Estes fugiram aterrorizados, com excepção do chefe, que foi preso e entregue aos guardas do rei.
    Kasim, agradecido, comprometeu-se a dar metade da sua fortuna ao irmão.
    - Agradeço-te, mas apenas quero 1/4 para mim. O restante pertence a Frahazada, com quem me vou casar!
      
                                                                                                                                        

    Chapeuzinho vermelho


     Há muito tempo, num reino distante, vivi um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e os cabelos pretos como o ébano.Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei,sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente.O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico,para o qual perguntava todos os dias:
    — Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
    — És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha! — respondia ele.
    Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita,encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, exceto a rainha,pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais bonita que ela. Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a vestir-se com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação de todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando e esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por todos. Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
    — Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
    — Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais bela!
    A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para sempre. Imediatamente mandou chamar seu melhor caçador e ordenou que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa caixa. No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na floresta, mas não a matou.
    — Princesa, — disse ele — a rainha ordenou que eu a mate, mas não posso fazer isso. Eu a vi crescer e sempre fui leal a seu pai.
    — A rainha?! Mas, por quê? — perguntou aprincesa.
    — Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha dessa vez. Fuja, princesa, e por favor não volte ao castelo,porque ela é capaz de matá-la!
    Branca de Neve correu pela floresta muito assustada,chorando, sem ter para onde ir. O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa elevou para a rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que a enteada estava morta.Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar uma cabana. Era pequena e muito graciosa. Parecia habitada por crianças, pois tudo ali era pequeno.A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Neve lavou a louça, as roupas e varreu a casa. No andar de cima da casinha encontrou sete caminhas, uma ao lado da outra. A moça estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem para casa, se assustaram ao ver tudo arrumado e limpo. Os sete homenzinhos subiram a escada e ficaram muito espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões,que logo se afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles. O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar novamente seu espelho e descobriu que a princesa continuava viva.Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa, que colocou dentro de uma maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.
    — Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir para sempre — disse a bruxa.
    No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de Neve ficou sozinha.Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da cozinha. A princesa ofereceu-lhe um copo d’água e conversou com ela.
    — Muito obrigada! — falou a velhinha —coma uma maçã... eu faço questão!
    No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu desmaiada no chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta,chegaram na cabana enquanto a rainha fugia. Na fuga, ela acabou caindo num abismo e morreu.Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se estivesse dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de cristal, em uma clareira e ficaram vigiando noite e dia,esperando que um dia ela acordasse.Um certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino vizinho e logo que viu Branca de Neve se apaixonou por ela. Ele pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para seu castelo, e prometeu que velaria por ela.Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão, este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante onde se casaram e foram felizes para sempre.

                                                                                                                                        

    A Bela e a Fera


    Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas
    três filhas . A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso
    era chamada de "BELA".
    Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniu as
    suas filhas e disse:
    — Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar trarei
    presentes. O que vocês querem? - As irmãs de Bela pediram
    presentes caros, enquanto ela permanecia quieta.
    O pai se voltou para ela, dizendo :
    — E você, Bela, o que quer ganhar?
    — Quero uma rosa, querido pai, porque neste país elas não
    crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte.
    O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na estrada para
    a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por
    muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando,
    a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por
    furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho.
    Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de
    repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe
    restavam dirigiu-se para aquela última esperança.
    Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e
    acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu
    entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. Ointerior,
    realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de
    maneira esquisita.
    O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e
    percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e
    vinho delicioso.
    Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois
    pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma
    grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou,
    adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas
    limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o pai
    de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não
    havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira
    com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou
    e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um
    rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse:
    — É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as
    minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te!
    O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos
    deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs,
    então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma
    de suas filhas em seu lugar.
    Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos
    pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela
    aproximou-se dele e lhe disse:
    — Foi por minha causa que incorreste na ira do monstro. É
    justo que eu vá...
    De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida.
    Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino.
    Chegada à morada do monstro, encontrou tudo como lhe havia
    descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva.
    Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa,
    quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição
    com caracteres dourados: "Apartamento de Bela".
    Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e
    esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim.
    Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta.
    Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada,
    retornou e fugiu através da salas. Alcançada a última, percebeu
    que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar
    piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil e
    suplicante lhe disse:
    — Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo ; mas não
    sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te
    agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes, honrar-me
    com tua presença no jantar.
    Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela consentiu e ao
    fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada.
    Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia
    afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil,
    culto e educado.
    Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse:
    — Desde quando estás aqui a minha vida mudou. Descobri que
    me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo?
    A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para
    ganhar tempo, disse:
    — Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir
    conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo!
    A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela
    que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias
    voltaria.
    Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos,
    pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e
    a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que
    acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu
    que já haviam transcorridos bem mais de sete.
    Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira.
    Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio.
    Perto da roseira encontrou a Fera que morria.
    Então, Bela a abraçou forte, dizendo:
    — Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só
    uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo.
    Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou um sorriso
    radioso e diante de grande espanto de Bela começou a
    transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovido e
    disse:
    — Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo
    monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e
    tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora?
    Bela não fez repetir o pedido e a partir de então viveram felizes
    e apaixonados.



                                                                                                                                        

    Cinderela

    Era uma vez um homem cuja primeira esposa
    tinha morrido, e que tinha casado novamente com uma mulher muito
    arrogante. Ela tinha duas filhas que se pareciam em tudo com ela.
    O homem tinha uma filha de seu primeiro casamento. Era uma moça
    meiga e bondosa, muito parecida com a mãe.
    A nova esposa mandava a jovem fazer os serviços mais sujos da
    casa e dormir no sótão, enquanto as “irmãs” dormiam em
    quartos com chão encerado.
    Quando o serviço da casa estava terminado, a pobre moça
    sentava-se junto à lareira, e sua roupa ficava suja de cinzas. Por
    esse motivo, as malvadas irmãs zombavam dela. Embora Cinderela
    tivesse que vestir roupas velhas, era ainda cem vezes mais bonita
    que as irmãs, com seus vestidos esplêndidos.
    O rei mandou organizar um baile para que seu filho escolhesse uma
    jovem para se casar, e mandou convites para todas as pessoas
    importantes do reino. As duas irmãs ficaram contentes e só
    pensavam na festa. Cinderela ajudava. Ela até lhes deu os melhores
    conselhos que podia e se ofereceu para arrumá-las para o evento.
    As irmãs zombavam de Cinderela, e diziam que ela nunca poderia ir
    ao baile.
    Finalmente o grande dia chegou. A pobre Cinderela viu a madrasta
    e as irmãs saírem numa carruagem em direção ao palácio, em seguida
    sentou-se perto da lareira e começou a chorar.
    Apareceu diante dela uma fada, que disse ser sua fada madrinha, e
    ao ver Cinderela chorando, perguntou: “Você gostaria de ir
    ao baile, não é?”
    “Sim”, suspirou Cinderela.
    “Bem, eu posso fazer com que você vá ao baile”, disse
    a fada madrinha.
    Ela deu umas instruções esquisitas à moça: “Vá ao jardim e
    traga-me uma abóbora.” Cinderela trouxe e a fada madrinha
    esvaziou a abóbora até ficar só a casca. Tocou-a com a varinha
    mágica e a abóbora se transformou numa linda carruagem dourada!
    Em seguida a fada madrinha transformou seis camundongos em cavalos 
    lindos, tocando-os com sua varinha mágica. Escolheu também uma rato 
    que tivesse o bigode mais fino para ser o cocheiro mais bonito do mundo. 
    Então ela disse a Cinderela, “Olhe atrás do regador. Você encontrará 
    seis lagartos ali. Traga-os aqui.”
    Cinderela nem bem acabou de trazê-los e a fada madrinha
    transformou-os em lacaios. Eles subiram atrás da carruagem, com
    seus uniformes de gala, e ficaram ali como se nunca tivessem feito
    outra coisa na vida.
    Quanto a Cinderela, bastou um toque da varinha mágica para
    transformar os farrapos que usava num vestido de ouro e prata,
    bordado com pedras preciosas. Finalmente, a fada madrinha lhe deu
    um par de sapatinhos de cristal.
    Toda arrumada, Cinderela entrou na carruagem. A fada madrinha
    avisou que deveria estar de volta à meia-noite, pois o encanto
    terminaria ao bater do último toque da meia-noite.
    O filho do rei pensou que Cinderela fosse uma princesa
    desconhecida e apressou-se a ir dar-lhe as boas vindas. Ajudou-a a
    descer da carruagem e levou-a ao salão de baile. Todos pararam e
    ficaram admirando aquela moça que acabara de chegar.
    O príncipe estava encantado, e dançou todas as músicas com
    Cinderela. Ela estava tão absorvida com ele, que se esqueceu
    completamente do aviso da fada madrinha. Então, o relógio do
    palácio começou a bater doze horas. A moça se lembrou do aviso da
    fada e, num salto, pôs-se de pé e correu para o jardim.
    O príncipe foi atrás mas não conseguiu alcançá-la. No entanto, na
    pressa ela deixou cair um dos seus elegantes sapatinhos de
    cristal.
    Cinderela chegou em casa exausta, sem carruagem ou os lacaios e
    vestindo sua roupa velha e rasgada. Nada tinha restado do seu
    esplendor, a não ser o outro sapatinho de Cristal.
    Mais tarde, quando as irmãs chegaram em casa, Cinderela
    perguntou-lhes se tinham se divertido. As irmãs, que não tinham
    percebido que a princesa desconhecida era Cinderela, contaram tudo
    sobre a festa, e como o príncipe pegara o sapatinho que tinha
    caído e passou o resto da noite olhando fixamente para ele,
    definitivamente apaixonado pela linda desconhecida.
    As irmãs tinham contado a verdade, pois alguns dias depois o
    filho do rei anunciou publicamente que se casaria com a moça em
    cujo pé o sapatinho servisse perfeitamente.
    Embora todas as princesas, duquesas e todo resto das damas da
    corte tivessem experimentado o sapatinho, ele não serviu em
    nenhuma delas.
    Um mensageiro chegou à casa de Cinderela trazendo o sapatinho.
    Ele deveria calçá-lo em todas as moças da casa. As duas tentaram
    de todas as formas calçá-lo, em vão.
    Então, Cinderela sorriu e disse, “Eu gostaria de
    experimentar o sapatinho para ver se me serve!”
    As irmãs riram e caçoaram dela, mas o mensageiro tinha recebido
    ordens para deixar todas as moças do reino experimentarem o
    sapatinho. Então, fez Cinderela sentar-se e, para surpresa de
    todos, o sapatinho serviu-lhe perfeitamente!
    As duas irmãs ficaram espantadas, mas ainda mais espantadas
    quando Cinderela tirou o outro sapatinho de cristal do bolso e
    calçou no outro pé.
    Nesse momento, surgiu a fada madrinha, que tocou a roupa de
    Cinderela com a varinha mágica. Imediatamente os farrapos se
    transformaram num vestido ainda mais bonito do que aquele que
    havia usado antes.
    A madrasta e suas filhas reconheceram a linda
    “princesa” do baile, e caíram de joelhos implorando
    seu perdão, por todo sofrimento que lhe tinham causado.
    Cinderela abraçou-as e disse-lhes que perdoava de todo o coração.
    Em seguida, no seu vestido esplêndido, ela foi levada à presença
    do príncipe, que aguardava ansioso sua amada.
    Alguns dias mais tarde, casaram-se e viveram felizes para
    sempre.

                                                                                                                                        

    O gato de botas

    Um moleiro, que tinha três filhos, repartindo à hora da morte
    seus únicos bens, deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seu
    burro; e ao mais moço apenas um gato. Este último ficou muito
    descontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato lhe
    disse:
    — Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e,
    em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou
    um asno.
    Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o saco, meteu-lhe
    uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto.
    Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo
    e dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei,
    dizendo-lhe:
    — Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe
    entregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um prato
    delicioso.
    — Coelho?! — exclamou o rei. — Que bom! Gosto
    muito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanhar
    nenhum. Dize ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sinceros
    agradecimentos.
    No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as ao
    rei como presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contente
    que mandou logo preparar a sua carruagem e, acompanhado pela
    princesa, sua filha, dirigiu-se para a casa do nobre súdito que
    lhe tinha enviado tão preciosas lembranças.
    O gato foi logo ter com o amo:
    — Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, onde
    poderás tomar um bom banho.
    O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagem
    real, disse-lhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo de
    uma pedra e se lançasse à água. Acabava o moço de desaparecer no
    rio quando chegaram o rei e a princesa.
    — Socorro! Socorro! — gritou o bichano.
    — Que aconteceu? — perguntou o rei.
    — Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás!
    — disse o gato. — Meu amo está dentro da água e
    sentirá câimbras.
    O rei mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí a
    pouco com um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quando
    jovem.
    O dono do gato vestiu-o e ficou tão bonito que a princesa, assim
    que o viu, dele se enamorou. O rei também ficou encantado e
    murmurou:
    — Eu era exatamente assim, nos meus tempos de moço.
    O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo à
    frente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:
    — O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estes
    campos pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar como
    carne para almôndegas.
    De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas,
    os lavradores responderam-lhe:
    — Do muito nobre marquês de Carabás.
    — Com a breca! — disse o rei ao filho mais novo do
    moleiro. — Que lindas propriedades tens tu!
    O moço sorriu perturbado, e o rei murmurou ao ouvido da filha:
    — Eu também era assim, nos meus tempos de moço.
    Mais adiante, o gato encontrou uns camponeses ceifando trigo e
    lhes fez a mesma ameaça:
    — Se não disserem que todo este trigo pertence ao marquês
    de Carabás, faço picadinho de vocês.
    Assim, quando chegou a carruagem real e o rei perguntou de quem
    era todo aquele trigo, responderam:
    — Do mui nobre marquês de Carabás.
    O rei ficou muito entusiasmado e disse ao moço:
    — Ó marquês! Tens muitas propriedades!
    O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando um
    espesso bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qual
    vivia um ogro que era o verdadeiro dono dos campos semeados. O
    gatinho bateu à porta e disse ao ogro que a abriu:
    — Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a
    teu respeito. Dize-me lá: é certo que te podes transformar no que
    quiseres?
    — Certíssimo — respondeu o ogro, e transformou-se num
    leão.
    — Isso não vale nada — disse o gatinho. - Qualquer um
    pode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está
    em se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato?
    — É fácil — respondeu o ogro, e transformou-se num
    rato.
    O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir
    a porta, pois naquele momento chegava a carruagem real. E disse:
    — Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás.
    — Olá! — disse o rei — que formoso palácio tens
    tu! Peço-te a fineza de ajudar a princesa a descer da carruagem.
    O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o rei
    murmurou-lhe ao ouvido:
    — Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço.
    Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar um
    esplêndido almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia na
    adega; e quando o rei, a princesa e o amo entraram na sala de
    jantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.
    Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz e
    disse-lhe:
    — Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço.
    Mas percebo que gostas muito da princesa, assim como ela gosta de
    ti. Por que não a pedes em casamento?
    Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foi
    celebrado com a maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo par
    de botas com cordões encarnados e bordados a ouro e preciosos
    diamantes.
    E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato às
    vezes ainda se metia a correr atrás dos ratos, era apenas por
    divertimento; porque absolutamente não mais precisava de ratos
    para matar a fome...